Brasil vai à Copa de 2026, mas encerra Eliminatórias com pior campanha da história

O Brasil assegurou sua presença na Copa do Mundo de 2026, mas encerrou as Eliminatórias Sul-Americanas sob um cenário inédito e preocupante: a quinta colocação, o pior desempenho de sua história nesse formato de disputa. A derrota por 1 a 0 para a Bolívia, em El Alto, no dia 9 de setembro de 2025, simbolizou a campanha irregular da Seleção. Ainda assim, o novo regulamento da FIFA, que ampliou para seis o número de vagas diretas destinadas à CONMEBOL, garantiu a classificação do time comandado por Carlo Ancelotti para o torneio que será realizado nos Estados Unidos, México e Canadá.

Bolívia x Brasil

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Oscilações e quedas decisivas

O ciclo das Eliminatórias revelou um Brasil muito distante da consistência que tradicionalmente marca sua trajetória. Depois de estrear com vitórias convincentes sobre Bolívia e Peru, a equipe mergulhou em uma sequência de tropeços inédita: empate em casa diante da Venezuela, derrotas consecutivas para Uruguai, Colômbia e Argentina, além de falhas defensivas que expuseram a instabilidade do elenco. O ponto mais crítico ocorreu em março de 2025, quando a goleada de 4 a 1 sofrida para a Argentina precipitou a saída de Dorival Júnior do comando técnico. A chegada de Carlo Ancelotti trouxe alguma reorganização tática e vitórias pontuais, mas não foi suficiente para evitar a pior colocação da Seleção em Eliminatórias — um contraste marcante em relação à hegemonia que sempre a colocou no topo da disputa sul-americana.

Números que explicam a campanha

Nos números, a campanha brasileira reforça o caráter irregular: foram 28 pontos conquistados em 18 partidas, com oito vitórias, quatro empates e seis derrotas, aproveitamento de apenas 51,8%. O ataque marcou 24 gols, mas a defesa sofreu 17, registrando um saldo modesto para os padrões da Seleção. Na lista de artilheiros, Raphinha se destacou com cinco gols, enquanto Rodrygo contribuiu com três, seguidos por tentos isolados de nomes como Vinícius Júnior e Lucas Paquetá. Embora suficientes para garantir a vaga direta no Mundial, esses índices contrastam com o histórico dominante do Brasil, que em ciclos anteriores terminava invariavelmente entre os dois primeiros colocados da CONMEBOL.

Por que 5º lugar ainda basta em 2026

A classificação do Brasil só foi possível graças ao novo formato da Copa do Mundo de 2026, que ampliou o torneio de 32 para 48 seleções. Na América do Sul, a FIFA aumentou de quatro para seis vagas diretas, além de uma para a repescagem intercontinental. Assim, mesmo em quinto lugar, a Seleção garantiu a presença no Mundial sem precisar disputar playoff. O torneio, que será sediado por Estados Unidos, México e Canadá, terá 12 grupos com quatro equipes cada, dos quais avançarão os dois primeiros colocados e os oito melhores terceiros, compondo um mata-mata de 32 seleções. Essa mudança estrutural evitou que a pior campanha brasileira em Eliminatórias comprometesse o histórico único da Seleção: estar presente em todas as edições da Copa do Mundo desde 1930.

Copa de 2026

Repercussão e análises

A repercussão do desempenho brasileiro foi imediata e intensa, tanto na imprensa especializada quanto entre ex-jogadores e analistas. Veículos internacionais como a Reuters destacaram que a classificação direta só ocorreu devido ao novo regulamento, enquanto jornais brasileiros apontaram para uma queda de rendimento estrutural, acentuada por derrotas em clássicos contra Argentina, Uruguai e Colômbia. Especialistas avaliam que a equipe ainda sofre com a falta de regularidade defensiva e com a dependência de talentos individuais no ataque, como Vinícius Júnior e Rodrygo. Nas redes sociais, torcedores expressaram frustração com a campanha irregular, mas também esperança de que a chegada de Carlo Ancelotti possa trazer estabilidade tática e resgatar o espírito competitivo antes do Mundial.

Próximos passos rumo ao Mundial

Com a classificação confirmada, o desafio do Brasil passa a ser transformar a vaga em desempenho competitivo no Mundial. Sob o comando de Carlo Ancelotti, a comissão técnica terá pouco menos de um ano para consolidar uma identidade clara, corrigir falhas defensivas e reduzir a dependência das jogadas individuais de Vinícius Júnior e Rodrygo. A expectativa é que jovens talentos como Endrick e Estevão ganhem espaço no elenco, renovando a espinha dorsal da equipe ao lado de nomes experientes como Casemiro e Marquinhos.

No calendário, a Copa América de 2026 e uma série de amistosos contra seleções europeias servirão como laboratório para ajustes táticos. Ancelotti, conhecido pela capacidade de gerir vestiários e potencializar estrelas, terá a missão de equilibrar juventude e experiência, além de blindar o grupo da pressão externa. No horizonte, permanece o objetivo histórico: buscar o hexacampeonato mundial e recuperar a confiança da torcida após a campanha irregular nas Eliminatórias.

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